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quarta-feira, 24 de agosto de 2016

'Do tamanho de um campo de futebol', diz diretora sobre túnel em presídio

Túnel foi escavado a partir de uma cela do pavilhão A; no meio da rua, calcamento de paralelepípedos cedeu  (Foto: Sejuc/Divulgação)

"Era bem maior do que pensávamos. Inicialmente, calculamos algo em torno de 30 metros, mas, ao medirmos a real distância, percebemos que era do tamanho de um campo de futebol. Tem uns 100 metros”. As palavras são da agente penitenciária Dinorá Simas, diretora da Cadeia Pública de Natal, ao falar sobre o tamanho do túnel – o maior da história do sistema prisional potiguar – que foi descoberto na noite desta terça-feira (23).

A Cadeia Pública de Natal, também chamado de Presídio Provisório Professor Raimundo Nonato, fica na Zona Norte da cidade. O túnel foi escavado a partir do pavilhão A, que possui 230 presos. Em todo o presídio, são 570 detentos. Ninguém fugiu.

Dinorá também disse ao G1 que a escavação já estava tão extensa que o calçamento de paralelepípedos cedeu no meio da rua. "Foi por causa disso que descobrimos o plano de fuga. A informação que nós temos é que o túnel iria sair dentro de uma casa", revelou.

Ainda de acordo com a diretora, uma retroescavadeira será enviada ao presídio na manhã desta quarta (24) para destruir a estrutura construída pelos presos. “Vamos fazer desmoronar a escavação e concretar a bertura do túnel”, afirmou.

"Agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE) – unidade de elite da Secretaria de Justiça e da Cidadania (Sejuc) – também foram chamados para fazer uma revista em busca de outras possíveis escavações. Alguns presos que já identificamos serão responsabilizados. Serão autuados por dano ao patrimônio e perderão o direito a algumas regalias, como aparelhos de som, TV e até ventiladores", acrescentou Dinorá.

Dentro do túnel foram encontrados diversos lençóis que estavam sendo usados para facilitar a locomoção dos detentos e a retirada da areia. Toda a terra removida com a escavação foi depositada dentro de uma cela. Na Cadeia Pública de Natal, a fiscalização dentro dos pavilhões está comprometida desde março do ano passado, quando os presos da unidade destruíram as grades das carceragens em meio a uma série de rebeliões que ocorreram no sistema prisional do estado. Desde então, toda vez que as grades são recolocadas, os detentos voltam a destruir as celas.

Dentro do túnel foram encontrados diversos lençóis que estavam sendo usados para facilitar a locomoção dos detentos e a retirada da areia (Foto: Sejuc/Divulgação)

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